sábado, 13 de agosto de 2011

Sarau na Praça

Na sexta-feira, 12 de agosto, a Produção Literária compareceu ao "Sarau na Praça", evento organizado pela Prefeitura Municipal de Araraquara e realizado diante do Centro de Artes e Ofícios Judith Lauand, na Vila Xavier.

Naquela oportunidade conversamos com os alunos do Curso Técnico de Teatro do referido centro, estabelecendo um importante contato entre a produção literária e a encenação dramática. Além disso saboreamos um delicioso acarajé baiano preparado especialmente para a ocasião. Os membros da Produção Literária puderam também adquirir livros na Tenda de Livros Usados por preços bastante acessíveis (de R$ 2,00 a R$ 5,00 - já pensou se todo livro custasse isso?). Apreciamos também as interpretações musicais de Ekena Monteiro, araraquarense que revelou seu talento como cantora aos seis anos de idade.

Como um bom sarau não compõe-se apenas de acarajés, barganhas e meninas-prodígio, é claro que também teve leitura e improvisação de versos. Poesia é o que interessa, não é mesmo?

Nossa aluna Adriana Cássia de Carvalho deixou um poema no "varal": dispositivo interessantíssimo utilizado frequentemente pela organização do evento para divulgação dos trabalhos dos poetas. Não vou transcrevê-lo aqui porque gostaria que ela própria o postasse no blog.

Nossa colega Larissa abriu as leituras da noite interpretando Pontuação Quotidiana, de nossa aluna Yvone Salete. Apesar de tê-los apreciado em primeira mão, uma vez que os recebi "fresquinhos" por e-mail alguns dias antes, não vou reproduzir seus versos porque também espero que ela própria os poste neste blog. Entretanto sinto-me no dever de escolher um dos sete que declamei (pois é... professor tem que dar o exemplo!) e transcrevê-lo abaixo:

SE É QUE RECONHEÇO POR VAIDADE
o empenho em provocá-la por impulso
um pouco mais cada vez mais
somente para vê-la em seu sorriso
alisar os cabelos enquanto deseja
minha boca atenta, concentrada
presa como por vício à minha fala e
numa necessidade espontânea
que faz surgir um perfume em sua pele
que inspiro e reproduzo em novas palavras
que alimentam mais e mais sua impaciência
em possuir-me, de qualquer jeito
sem descanso, sem medir consequências
como se todos ao nosso redor não
estivessem e a natural timidez
e o recato habitual
cedessem ao poder inexplicável.

Ribeirão Preto - SP, sexta-feira 27-X-2006 00:25h

Poema publicado na
Revista da Academia Cachoeirense de Letras, nr.20;
Cachoeiro de Itapemirim - ES, 2007
http://www.academiacl.com.br/

Depois de muitas leituras, interpretações e improvisações, o pessoal do Curso Técnico de Teatro encerrou a noite com uma grande roda musical.

Infelizmente não tiramos nenhuma fotografia. Mas quem quiser tirar a prova de que tudo isso realmente existiu - e que não se trata de outro desses devaneios de ficção aos quais todos os escritores estão sujeitos - pode conferir clicando no link abaixo:


Um abraço!
Assis Furtado

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